D. João II de Portugal nasceu em Lisboa a 3 de Maio de 1455 e faleceu a 25 de Outubro de 1495.
Foi cognominado O Príncipe Perfeito pela forma como exerceu o poder. Filho do rei Afonso V de Portugal,
acompanhou o seu pai nas campanhas em África e foi armado cavaleiro na tomada
de Arzila. Enquanto Afonso V enfrentava os castelhanos, o
príncipe assumiu a direcção da expansão marítima portuguesa iniciada pelo seu tio-avô Infante D. Henrique.
Desde 1474 que dirigia a política
atlântica, devendo-se à sua visão de governante, apesar de não ter ainda vinte
anos, a instituição do mare clausum, princípio que
estabelecia que o domínio dos mares estava ligado ao seu descobrimento. Na
linha dessa política surge o tratado de Toledo de 1480, em que D. João II
aceitando a partilha das terras do Atlântico pelo paralelo das Canárias, afasta
a concorrência da Espanha em África e protege a mais tarde chamada rota do
Cabo. Durante o seu reinado toda a costa ocidental da África foi navegada,
dobrou-se o Cabo da Boa Esperança e preparou-se por terra com as viagens de
Pêro da Covilhã e Afonso de Paiva, a viagem de Vasco da Gama à índia, a que o
monarca já não assistiria. Em 1494, assina-se o tratado de Tordesilhas,
dividindo-se a terra em duas zonas de influência, a atribuir a Portugal e à
Espanha. Dentro da zona de influência portuguesa ficava o Brasil, o que permite
supor que o monarca tinha conhecimento da existência dessas terras.
No plano interno, a acção de João II
orientou-se no sentido da centralização e fortalecimento do poder real, tendo
reprimido duramente as conjuras dos nobres e abatido o poder das grandes casas
do reino. De 1481 a 1485, são mortos ou presos D. Fernando, duque de Bragança,
D. Diogo, duque de Viseu, D. Gutierres Coutinho, D. Pedro de Ataíde, Isaac
Abravanel, D. Afonso, conde de Faro, D. Fernão da Silveira, Diogo Lourenço,
Afonso Vaz, D. Álvaro, filho do duque de Bragança, Aires Pinto, bacharel João
Afonso e José Abravanel. Tinha em grande conta a opinião dos povos, mas o seu
conceito da autoridade real leva-o a só reunir cortes quatro vezes, durante o
seu reinado. Quanto às relações externas, a sua actividade foi no sentido de
criar laços de concórdia com os vários reinos, talvez com o intuito de se
libertar de problemas que pusessem em dificuldades a política de expansão
ultramarina. Alimentou o sonho de uma futura «monarquia ibérica», tendo
conseguido contratar o casamento de seu filho D. Afonso com a primogénita dos
Reis Católicos. A morte do infante veio, no entanto, deitar por terra estes
planos. Manteve uma actividade diplomática intensa com vários países europeus,
sendo de destacar a embaixada de Vasco de Lucena, enviada a Roma em 1485.
A última fase do reinado de D. João II
está marcada pelo problema da sucessão do trono. Com a morte do infante D.
Afonso, procura o rei habilitar ao trono o bastardo D. Jorge. No seu
testamento, todavia, nomeia seu sucessor D. Manuel, irmão da rainha. Morre no
Algarve em 1495, aceitando alguns historiadores a hipótese de ter sido
envenenado. O rei encontrava-se em Alvor, em casa de D. Álvaro de Ataíde,
quando faleceu. Desenganado pelos médicos, sobre as suas hipóteses de salvação,
organizou o próprio cenário da sua morte, ordenou a sua extrema-unção, e
faleceu no dia 25 de Outubro de 1495, apenas com 40 anos, não sem antes pedir
aos que o rodeavam que não o agoniassem com os seus prantos.
Fontes:http://www.arqnet.pt/
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