D. João era
filho ilegítimo do rei D. Pedro I e de D. Teresa,
uma dama galega (ms. 352 do Arquivo Nacional da Torre do Tombo da Crónica de el-rei D. Pedro I, de Fernão Lopes).
Em 1364
foi consagrado Grão Mestre da Ordem de Avis.
À data da morte
do rei D. Fernando I, Portugal parecia em risco
de perder a independência. A rainha D. Leonor Teles de Menezes era impopular e
olhada com desconfiança. O facto de se ter tornado pública a sua ligação
amorosa com o nobre galego João Fernandes Andeiro, personagem
influente no paço, atraiu todas as críticas contra a sua pessoa e a do seu
amante. Para além do mais, a sucessão do trono recaía sobre a princesa D. Beatriz, única filha de Fernando I e de
Leonor Teles de Menezes, casada aos onze anos de idade com o rei João I de Castela.
No entanto, a
burguesia e parte da nobreza juntaram-se à voz popular que clamava contra a
perda da independência, tão duramente mantida por D. Fernando I. Dois
pretendentes apareceram para competir com João I de Castela e D. Beatriz pela
coroa portuguesa:
- D. João,
príncipe de Portugal, filho de D. Pedro I e D. Inês de Castro, era visto por
muitos como o legítimo herdeiro, dado o suposto casamento dos seus pais, e
- D. João,
filho de D. Pedro I e de Teresa Lourenço, que veio a tornar-se rei.
Acicatado por
um grupo de burgueses e nobres, entre os quais Álvaro Pais
e o jovem D. Nuno Álvares Pereira, e tomando em linha
de conta o descontentamento geral, o Mestre de
Avis assassina o conde de Andeiro no paço a 6 de Dezembro
de 1383.
Com a posterior fuga de Leonor Teles de Lisboa para Alenquer
inicia-se a sucessão de acontecimentos que lhe entregará a regência, a qual de
início planeia exercer em nome de seu meio-irmão, o Infante D. João. Mas como
este último já fora aprisionado por D. João I de Castela, abria-se então a
possibilidade política de o Mestre de Aviz vir a ser rei.
Finalmente a 6 de Abril
de 1385,
as Cortes portuguesas reunidas em Coimbra elevam o Grão-Mestre de Aviz, como
D. João I, a rei de Portugal. Esta tomada de posição significava na prática que
a guerra com Castela prosseguiria sem quartel, visto que
declarava nulo o estatuto de D. Beatriz de Portugal, rainha consorte de
Castela, como herdeira de D. Fernando, e isto devido em especial à violação do
tratado de Salvaterra tanto pelo seu marido como por ela (com 11 anos de idade
tivera de jurar o tratado em Badajoz, aquando do casamento). «Venhamos a outra
maior contradição», disse João das
Regras, ao começar a falar da «quebra dos trautos» no seu discurso
perante as Cortes de Coimbra .
E como os quebrara, não podia suceder ao pai, o «postumeiro (último) possuidor»
destes reinos. É por isso que na História de Portugal Beatriz não figura como
Rainha, pois foram as próprias Cortes de 1385 a proclamar que ao rei D.
Fernando I, postumeiro possuidor do reino de Portugal, quem sucedeu foi o rei
D. João I.
Ver mais em:http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_I_de_Portugal
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