Com apenas
12 anos já se dedicava às letras e aos desenhos, redigindo textos e fazendo
ilustrações para os jornais A República e O Mundo.
«Eu sou o
resultado consciente da minha própria experiência».
Escritor e artista plástico, José Sobral de Almada Negreiros nasceu em S. Tomé e Príncipe a 7 de Abril de 1893. Foi um dos fundadores da revista “Orpheu”(1915), veículo de introdução do modernismo em Portugal, onde conviveu de perto com Fernando Pessoa. Além da literatura e da pintura a óleo, Almada desenvolveu ainda composições coreográficas para ballet. Trabalhou em tapeçaria, gravura, pintura mural, caricatura, mosaico, azulejo e vitral. Faleceu a 15 de Junho de 1970 no Hospital de S. Luís dos Franceses, em Lisboa, no mesmo quarto onde morrera seu amigo Fernando Pessoa
As duas
orientações de busca e criação de Almada Negreiros foram a beleza e a
sabedoria. Para ele "a beleza não podia ser ignorante e idiota tal como a
sabedoria não podia ser feia e triste" (Freitas, 1985). Almada Negreiros
foi um pintor-pensador. Foi praticante de uma arte elaborada que pressupõe uma
aprendizagem que não se esgota nas escolas de arte; bem pelo contrário, uma
aprendizagem que implica um percurso introspetivo e universal.
O tema
principal de Almada foi o número, a geometria (sagrada) e os seus significados,
declarando que a sabedoria poética e a sabedoria refletida têm entre elas a
fronteira irredutível do número. Almada revela-se assim um neopitagórico sendo
este seu lado a fonte mais profunda da sua inspiração e da sua criatividade e,
segundo Lima de Freitas, a sua “loucura” central.
Vulto cimeiro
da vida cultural portuguesa durante quase meio século, contribuiu mais que
ninguém para a criação, prestígio e triunfo do modernismo artístico em
Portugal. Na sua evolução como pintor, Almada passou do figurativismo e da
representação convencional dos primeiros tempos, para a abstração geométrica,
matemática e numérica que caracteriza as suas últimas obras.
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