Alexandre
Herculano nasceu no Pátio do Gil, à Rua de São Bento, em 28 de Março de 1810; a mãe, Maria do Carmo Carvalho de São Boaventura,
filha e neta de pedreiros da Casa Real; o pai, Teodoro Cândido de Araújo, era
funcionário da Junta dos Juros (Junta do Crédito Público). Na sua infância e
adolescência não pode ter deixado de ser profundamente marcado pelos dramáticos
acontecimentos da sua época: as invasões francesas, o domínio
inglês e o influxo das ideias liberais, vindas sobretudo da França, que
conduziriam à Revolução de 1820.
Início de carreira
Com apenas 21
anos, participará, em circunstâncias nunca inteiramente esclarecidas, na
revolta de 21 de Agosto de 1831 do Regimento
n.° 4 de Infantaria de Lisboa contra o governo ditatorial de D. Miguel I, o que o
obrigará, após o fracasso daquela revolta militar, a refugiar-se num navio
francês fundeado no Tejo, nele passando à Inglaterra e,
posteriormente, à França (Rennes), indo depois
juntar-se ao exército Liberal de D. Pedro IV, na Ilha Terceira (Açores). Alistado
como soldado no Regimento dos Voluntários da Rainha, como Garrett, é um dos
7.500 "Bravos do Mindelo", assim designados por terem integrado a
expedição militar comandada por D. Pedro IV que desembarcou, em 8 de Julho de 1832, na praia do Mindelo (na verdade, um pouco mais a
sul, na praia de Arnosa de Pampelido, um pouco a Norte do Porto - hoje "praia da Memória"), a fim de cercar e tomar a cidade do Porto (ver Desembarque do Mindelo e Cerco do Porto). Como
soldado, participou em acções de elevado risco e mérito militar.
Nomeado por D.
Pedro IV como segundo bibliotecário da Biblioteca do
Porto, aí permaneceu
até ter sido convidado a dirigir a Revista
Panorama, de Lisboa, revista
de caráter artístico e científico de que era proprietária a
Herculano
permanecerá fiel aos seus ideais políticos e à Carta Constitucional, que o impedira de aderir ao Setembrismo. Apesar de
estreitamente ligado aos círculos do novo poder Liberal (foi deputado
às Cortes e preceptor do futuro Rei D. Pedro V), recusou
fazer parte do primeiro Governo da Regeneração, chefiado pelo
Duque de Saldanha. Recusou honrarias e condecorações e, a par da sua
obra literária e científica, de que nunca se afastou inteiramente, preferiu
retirar-se progressivamente para um exílio que tinha tanto de vocação como de
desilusão. Numa carta a Almeida Garrett confessara ser
seu mais íntimo desejo ver-se entre quatro serras, dispondo de algumas
leiras próprias, umas botas grosseiras e um chapéu de Braga. Ainda
desempenhando o cargo de Presidente da Câmara de Belém (1854 a 1855), cargo que abandona rapidamente.
Quando se
começou a fazer muito eco na imprensa e política portuguesa para promover o iberismo, em 1861, foi criada a Comissão
Central 1.º de Dezembro de 1640 contra essa vontade e, entre outros nomes, que constam dela é o nosso
Herculano que imediatamente a ela se uniu nesse ideal de raiz patriótica.
Alexandre
Herculano casou, em 1 de Maio de 1867, com Mariana Hermínia de Meira. Morreu na
sua quinta de Vale de Lobos, Azoia de Baixo, (Santarém) em 13 de Setembro de
1877. Encontra-se sepultado no Mosteiro dos Jerónimos.
Ver mais em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Alexandre_Herculano
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