Faro

A designação de Santa Maria de Ossónoba remonta ao século X, ocasião em que, sob o domínio muçulmano, surge um pequeno reino, cuja capital era o núcleo urbano, da actual cidade de Faro, conhecido por Vila-Adentro.
De anotar que a primeira representação iconográfica da cidade de Faro remonta ao século XIII e mais concretamente ao reinado de Afonso X, o Sábio, estando a cidade representada no Cancioneiro das Cantigas de Santa Maria.

Após a Reconquista foram necessários alguns anos para resolver a discórdia entre Portugal e Castela sobre a posse definitiva do Algarve. Em 1266 foi concedido foral a Faro. A partir de então a freguesia de Santa Maria de Faro passou a abranger não só o núcleo urbano, mas também todo o concelho.
No século XV, com a criação da freguesia de Santa Bárbara de Nexe, a extensa freguesia de Santa Maria de Faro começa a ser fragmentada, consolidando-se este processo na centúria de quinhentos. Surgem então novas freguesias rurais: Conceição, Estoi, Quelfes e São Brás. Em 1540 a vila de Faro foi elevada a cidade para poder ser sede do assento episcopal, atendendo à acentuada decadência de Silves. A consequente necessidade de arranjar um templo para servir de catedral e os direitos que a Ordem militar de Santiago tinha nesta localidade determinaram a criação de uma nova freguesia urbana: a de São Pedro, tendo ficada a igreja matriz de Santa Maria como Sé.

A designação de freguesia de Santa Maria foi-se mantendo durante décadas, atendendo a que a efectiva mudança do Bispo e do Cabido para a cidade de Faro só se efectuou em 1577. A partir de então a freguesia de Santa Maria de Faro passou a denominar-se freguesia da Sé. No entanto, o orago da freguesia manteve-se até ao período da Restauração e mais concretamente até 1640, ano em que o Bispo D. Francisco Barreto I mandou reedificar a capelar-mor da igreja da Sé, passando o orago a ser Nossa Senhora da Assunção.

A implantação do Liberalismo, a partir de 1834, não trouxe alterações à delimitação geográfica das freguesias urbanas de Faro. O que surgiu de novo a nível nacional foi a criação de entidades públicas, separadas das paróquias religiosas, que passaram a assumir a administração das freguesias.

Atendendo à complexidade histórica mencionada, é impossível precisar a data exacta da criação da freguesia da Sé. O que importa sobretudo é perceber que ao longo de muitos séculos a cidade e consequentemente a freguesia tiveram como orago Santa Maria, símbolo que ainda hoje se mantém no brasão da cidade. Neste sentido o dia 2 de Fevereiro, dia de Santa Maria, é a data mais apropriada para se comemorar.
 

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